Um Lugar Chamado Nárnia – Parte I

14.8.12


Hoje começaremos uma nova série aqui no blog! \o/

C.S Lewis é um dos maiores escritores de todos os tempo que eu admiro muito, não apenas como um escritor mais também como um cristão. Suas obras servem de inspiração até hoje para muitos e é sobre sua obra mais famosa, As Crônicas de Nárnia, que vamos falar, mas agora sobre uma nova perspectiva, sobre como a obra de Lewis falava mais do que de um mundo mágico chamado Nárnia e seu soberano O Grande Leão.
Boa viagem a todos! ;)

Evana Andrielli

Obs: Todos os textos são de autoria de Renata Ribeiro Arruda do Grupo News.


Um Lugar Chamado Nárnia – Parte I

Um adorável passeio pelo mundo de Nárnia

Este artigo é o primeiro de uma sequência de sete sobre “As Crônicas de Nárnia”, criação do escritor irlandês C.S.Lewis, que teve, recentemente, três episódios da série adaptados para o cinema: “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, “Príncipe Caspian” e “A Viagem do Peregrino da Alvorada”.
“Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!”. Assim, com sopro prolongado e tépido, Aslam¹, chama à vida um lindo e agradável mundo, onde as árvores têm vida e a magia dá aos animais o poder da fala e uma alma. Onde os faunos, centauros, níades e sátiros existem.
Com criatividade e encanto, C.S. Lewis² cria – ao escrever em 1950 O leão, a feiticeira e o guarda-roupa – um reino encantado que tipifica o mundo espiritual. A partir dessa história, Lewis desenvolve uma série (composta por sete livros) dedicada às crianças, mas que chama também a atenção dos adultos pela maneira inteligente como o autor traça paralelos com a bíblia.
Enfeitiçada pelos encantos de Nárnia, decidi escrever meus aprendizados e entendimentos sobre alguns episódios de cada volume da série. O intuito é de incentivar a leitura e não o de fixar um estudo detalhado ou uma crítica literária sobre os livros. Não viso também a possíveis equívocos do autor. Ao contrário, sentindo minha fé ser fortalecida pela esperança de um mundo superior, quero animá-lo a começar a leitura e descobrir suas próprias comparações.
Foi animador e impressionante assistir ao filme que estreou em junho de 2008 no Brasil, baseado na série de Lewis³. Apesar dos fortes interesses comerciais e de não ter sido reproduzido com total fidelidade ao livro, o longa não deixou de transmitir o encanto do mundo de Nárnia, que trouxe calor e fé ao meu coração. Após a sessão, freqüentemente cenas do filme iam e vinham em minha mente como um bom incentivo à vida espiritual. Não por coincidência com o fato de o filme ser tocante, a maior parte das músicas que compõem a trilha sonora é de bandas cristãs.
Voltando aos livros: eles permitem leitura fácil e cativante. Já li toda a série, e alguns dos volumes duas vezes; cada qual em menos de uma semana. Comecei a leitura pelo Cadeira de Prata¹¹, após ter assistido ao primeiro filme O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, e logo me interessei pela leitura, o que fiz rapidamente. Utilizando a ordem seqüencial e não a de lançamento das Crônicas, pretendo selecionar alguns episódios para retratá-los aqui no site, com os quais espero atrair nosso público à leitura completa. Começaremos, portanto, com O Sobrinho do mago.
Feitas as devidas apresentações, convido-o a ingressar no mundo de Nárnia. Bem-vindo a bordo!

“O sobrinho do mago”

O primeiro livro, escrito em 1955, é protagonizado por duas crianças, Digory e Polly, enviadas a “outros mundos” pelo tio de Digory, um mago que pretende testar suas fórmulas mágicas. De forma malandra, tio André envia as crianças e desconhece as confusões que estão por vir a partir daí. É assim que, mais tarde, acaba por se deparar com uma figura bonita e estranha em seu próprio quarto.
Este livro, além da existência de O Ermo do Lampião e do guarda-roupa¹² que leva outras crianças ao reino de Aslam anos depois, descreve também a criação de Nárnia. É muito bonito e interessante imaginar a maneira poética como Aslam vai modelando o novo mundo. Assim acabamos por nos lembrar da criação de nosso próprio planeta que, como Nárnia, do disforme tomou forma. Ao som da voz doce de Aslam, o mundo vai vindo à luz, e o nada vai ganhando beleza e esplendor.
O mago, que, com medo de se arriscar, manda as crianças até Nárnia, acaba indo parar num mundo estranho e escuro e assiste também à formação do reino de Aslam. E, mais uma vez, uma alegoria é encontrada. Com o coração vaidoso e resistente, o “afilhado de fada” não consegue perceber a grandeza e soberania do Grande Leão. Diferentemente das crianças, que estão sensíveis ao som e cores do mundo recém-criado, as falas dos animais soam para ele como grunhidos, e o mundo encantador é visto a seus olhos como um bom lugar para render lucros, afinal uma semente lançada na terra logo se torna uma bela árvore.
Outra comparação interessante que encontramos neste primeiro volume é sobre o despertamento do mal. Digory, que, como todas as crianças em Nárnia é chamado de Filho de Adão, se depara com uma situação parecida com a de Eva no Éden. Embora os ambientes sejam bem diferentes, ambos personagens têm a possibilidade de conhecer uma coisa nova, mas pré-avisada como prejudicial. A proposta feita indiretamente a Digory e Polly é a seguinte:
“Ousado aventureiro, decida de uma vez:
Faça o sino vibrar e aguarde o perigo
Ou acabe louco de tanto pensar:
‘Se eu tivesse tocado, o que teria acontecido?’”.

Nesse trecho, Lewis alude claramente à suposta “curiosidade” do homem por algo desconhecido em que a condição é “pagar para ver”. Tocar o sino ou comer da árvore do conhecimento do bem e do mal envolviam castigo (“aguarde o perigo” e “certamente morrerás”), mas ainda assim pareceram possibilidades interessantes.
Com certeza, O Sobrinho do mago traz muitos outros detalhes relevantes que não cabe escrever aqui ou, ainda, que não pude perceber. Mas agora é sua vez. Para saber mais, tem de pagar para ver, mas o pagamento é apenas uma boa leitura, e a visão será, sem dúvidas, preciosa.
¹ Personagem de As Crônicas de Nárnia; trata-se do Leão, que é rei de Nárnia e simboliza Jesus.
² Escritor cristão irlandês (1898-1963), autor das sete crônicas e de outras obras como Cristianismo puro e simples e Cartas de um diabo ao seu aprendiz, entre outras.
³ Príncipe Caspian, filme produzido pela Disney, baseado no quarto livro da série, que foi o segundo escrito, publicado em 1951. O filme precedeu a O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, primeiro da série a ir para o cinema.
¹¹ Publicado em 1953, na seqüência da história é o sexto livro.
¹² Ambos aparecem no livro O leão, a feiticeira e o guarda-roupa.

Fontes: Wikipédia (http://pt.wikipedia.org) / Mundo Nárnia (www.mundonarnia.com)
Ilustração: Pauline Baynes

0 comentários