ACREDITE

15.4.14


Amava brincar sozinha no meu quarto porque tudo ali era possível. Eu tinha superpoderes para voar, eu via borboletas dançando, cantava na língua de Zoeland. Tudo era perfeito, até o dia que descobri que não sabia cantar no tom certo, que eu não conseguia voar e não havia borboletas em meu quarto. Esse dia foi quando o Realismo entrou sem bater na porta e resolveu se fazer importante.

Creio que todos nós já perdemos a inocência de criança há muito tempo atrás. Porém existe o momento em que nos deparamos com algo que se chama fé. Temos a escolha de acreditar naquilo que enxergamos ou naquilo que ainda não vimos mas vamos ver.

Às vezes quando decidimos ter fé nos frustramos com alguma promessa não cumprida, nos revoltamos com uma oração não atendida, ou um relacionamento não correspondido – assim deixamos fraturas de fé formarem em nós. Essas fraturas são situações perplexantes da vida: pessoas boas que sofrem sem razão, promessas que achamos que Deus tinha falado e nunca aconteceram, pessoas que batalham mas nunca vencem, etc.

Cada dia vejo pessoas com fraturas após fraturas de fé em seus corações – deixam de acreditar no sobrenatural, naquilo que Deus diz na Bíblia, se fecham para o Amor que sempre bate à porta. Com o tempo essas fraturas aumentam e se abrem para incredulidade e amargura. Somente o Amor do Pai pode ser capaz de preencher fazendo a fratura desaparecer, mas depende de um convite pessoal de cada coração fraturado.

Que hoje deixemos novamente o realismo que nos paralisa, a incredulidade que não nos deixa acreditar em milagres, a amargura que nos corrói por dentro, os questionamentos revoltados – e que venhamos entender que não enxergamos tudo, mas que tudo ocorre para o bem daqueles que O amam verdadeiramente. Um dia entenderemos todas as coisas, mas que a amargura e a ira nunca nos distancie do nosso próximo milagre.

Voltemos a ser como criança, acreditando que nada é difícil para um Deus que nos segura no centro das palmas de Suas mãos.
Texto: Zoe Lilly 


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