PRAZER, JACK.

17.11.12

C.S Lewis é o meu escritor favorito,considero seus textos os melhores que já li. Se você nunca ouviu falar desse cara com certeza já pelo menos deve ter visto um filme das Crônicas de Nárnia, adaptação das histórias que levaram o seu nome a se tornar famoso no mundo todo.

Lewis voltou à fé cristã — após passar por anos, se auto considerando um ateu convicto — no início da década de 1930. Dedicou-se a defendê-la se tornou um dos escritores cristãos mais influentes até hoje. Por isso ele merece um espaço especial aqui no blog.

Novembro é o mês do seu nascimento e também da sua morte (snif.....) e pra não deixar em branco nessas próximas semanas teremos post especiais sobre sua vida e obra!Então pra começar, hoje temos a história de Clive Staples Lewis, ou melhor dizendo,Jack. ;)

"Clive Staples Lewis nasceu em Belfast, na Irlanda, em 29 de novembro de 1898, filho do casal Albert James Lewis e Florence (Flora) Augusta Lewis Hamilton. Foi criado com seu irmão mais velho, Warren Hamilton Lewis (mais conhecido por Warnie ou “Texugo”) em um lar protestante tradicional. Sua educação foi acompanhada inicialmente por uma babá, à qual se refere com muito carinho em sua autobiografia (Surpreendido pela Alegria, Editora Vida).

Aos quatro anos de idade, Lewis presenciou o atropelamento de um cão chamado Jacksie e, por não gostar de seus primeiros nomes, decidiu que passaria a responder apenas pelo mesmo nome do cão, que acabou sendo diminuído para Jack, e o apelido popularizou-se. Aos seus sete anos, a família mudou-se para a casa dada de presente pelo pai de Flora, um pastor presbiteriano, que chamaram de Little Lea, em Belfast.
Quando ele tinha apenas nove anos de idade, sua mãe faleceu devido a um câncer. Lewis iniciou então uma trajetória dolorosa por algumas escolas. A primeira, Wynyard School, onde Lewis e seu irmão foram submetidos a vários castigos físicos dados pelo diretor, Robert Capron (conhecido como “Velhote”), fechou poucos meses depois por falta de alunos – Velhote acabou internado em um hospício. Da segunda escola, Campbell College em Belfast, Lewis precisou sair por causa de problemas respiratórios e foi levado à cidade de Malvern, na Inglaterra, para a escola Cherbourg House. No segundo semestre de 1913, Lewis foi matriculado na Malvern College e lá permaneceu por um ano – acabou implorando ao pai, ameaçando inclusive com o suicídio, que o tirasse do lugar devido às dolorosas experiências que passou.
Todas essas mudanças e experiências negativas de uma educação baseada na intimidação fizeram com que C. S. Lewis, em plena adolescência (aos 15 anos), abandonasse o cristianismo e passasse a subscrever o ateísmo. Mesmo sendo neto de pastor e criado nos rigores da fé cristã pelos seus pais, o jovem tornou-se um ateu convicto. Lewis não tinha interesse no que via de numa religião imposta e cheia de obrigações, culpas e regras. Estava cada vez mais convencido, sob influência de Freud, que era a grande influência ideológica da época, de que a figura de Deus não passava de uma “ilusão” dos nossos desejos mais profundos (wishful thinking).
A posição anti-religiosa nessa fase também teve influência de duas figuras da vida real. A primeira, chamada Sra. Cowie, era sua professora e uma espécie de mãe substituta. Ela era protestante, porém não tinha uma rotina religiosa definida e vivia frequentando diferentes igrejas, o que deixou Lewis ainda mais confuso. Em contrapartida, o seu professor particular, William Kirkpatrick, após a Malvern College, lhe era muito querido e, mesmo não sendo prosélito, fornecia ao aluno uma gama de argumentos de defesa ao ateísmo. Lewis gostava muito de aprender sobre biologia e mitologias grega e nórdica com ele.
Em 1916, com 19 anos, Lewis ganhou uma bolsa de estudos e ingressou na University College, em Oxford. Porém, o início da fase acadêmica foi interrompido pelo serviço militar que teve de prestar durante a Primeira Guerra Mundial, retornando em 1919. Nessa volta, recebeu prêmios de honra ao mérito nos estudos de Literatura Grega e Latina (1920), História Antiga (1922) e Inglês (1923).
Durante a Primeira Guerra Mundial, Lewis tornou-se amigo de outro soldado irlandês, Edward Courtnay Francis “Paddy” Moore. Ambos se comprometeram a cuidar um da família do outro, caso algum deles falecesse. Paddy faleceu no último ano do conflito e Lewis acabou por retornar para casa por causa de um ferimento em combate. A promessa foi cumprida por Lewis, que trouxe para a sua casa a mãe de Paddy, Janie Moore, e a sua irmã, Maureen. A presença da Sra. Moore foi muito importante para Lewis em sua recuperação no hospital. Seu afeto a colocou como uma nova mãe para ele. Infelizmente, em 1940, tiveram de mudá-la para um lar de idosos, por causa dos sintomas de demência, mas ele permaneceu a visitá-la todos os dias. A Sra. Moore faleceu em 1951.
Durante os estudos, e para auxiliar na renda da nova família, Lewis trabalhou como professor no Magdalen College de 1925 a 1954, no qual tornou-se Membro Sênior e, no último ano, tornou-se Catedrático de Literatura Medieval e Renascentista em Cambridge.
Em 1930, Lewis e seu irmão, Warren, mudaram-se para a casa “The Kilns”, nos arredores de Oxford e lá ficou até os seus últimos dias de vida.
Lewis foi um dos idealizadores do “clube” The Inklings, um grupo de amigos vinculados à Universidade de Oxford que se reunia para discutir literatura, em especial mitologia, de 1930 a 1949. Dentre os membros mais ativos estavam J.R.R. Tolkien, Owen Barfield, Charles Williams, Christopher Tolkien (filho de Tolkien), Warren “Warnie” Lewis (irmão de Lewis), Roger Lancelyn Green, Adam Fox, Hugo Dyson, Robert Havard, J.A.W. Bennett, Lorde David Cecil e Nevill Coghill. Também frequentavam esporadicamente Percy Bates, Charles Leslie Wrenn, Colin Hardie, James Dundas-Grant, John Wain, R.B. McCallum, Gervase Mathew, C.E. Stevens e E. R. Eddison. Este grupo de escritores e poetas é considerado o mais influente do século XX.
A amizade com os escritores cristãos, J. R. R. Tolkien, Dorothy Sayers e a sintonia com outros nomes cristãos da literatura como George MacDonald, T. S. Eliot e G. K. Chesterton favoreceu o seu retorno ao cristianismo. C. S. Lewis converteu-se ao teísmo em 1929 e posteriormente, em 1931, ao cristianismo. Uma discussão longa durante um final de noite com seus amigos mais próximos, Tolkien e Hugo Dyson, foi decisiva para essa conversão. O retorno ao anglicanismo foi motivado por uma conversa com seu irmão, o que decepcionou Tolkien, que esperava convertê-lo ao catolicismo. Não houve alguma atitude ou evento que oficializasse o seu retorno, nem tão pouco houve alguma postura dele próprio defendendo alguma “denominação” cristã. Ele, que então estava com 32 anos, passou simplesmente a frequentar a comunidade anglicana local e a se aprofundar nos estudos teológicos e bíblicos.
A união do conhecimento religioso e sua habilidade em comunicação tomaram forma já nos primeiros livros de ficção e palestras “apologéticas”, transmitidas inclusive por emissoras de rádio. Durante a Segunda Guerra Mundial, suas palestras radiofônicas transmitidas pela BBC de Londres e nos Estados Unidos ficaram famosas e trouxeram consolo e motivação para os soldados e famílias que viviam a insegurança da guerra e do pós-guerra.
Na década de 50, Lewis conheceu pessoalmente a escritora norte-americana Helen Joy Davidman (ou Joy Gresham, por causa do primeiro marido), com a qual já se correspondia há algum tempo. Ela, que havia acabado de chegar à Inglaterra com seus dois filhos, David e Douglas, estava separada do marido alcoólatra e violento para tentar uma nova vida lá. Lewis tornou-se um grande amigo e amparo, inclusive se casando com ela no civil para que pudesse viver legalmente no país. Pouco tempo depois, Joy foi internada reclamando de dores nos quadris. Constatou-se que se tratava de um câncer ósseo terminal. A relação deles tomou novos rumos no período em que Lewis a acompanhou no hospital. O que era uma amizade se revelou outro tipo de amor e em março de 1957, quando ele tinha 60 anos, realizaram o casamento religioso no próprio quarto de internação. O câncer teve um período de recuo que propiciou ao casal viver em casa e inclusive fazer uma viagem pela Grécia e pelo Mar Egeu. Em 1960 houve uma recaída forte, que culminou no falecimento de Joy. O sofrimento causado pela perda de um amor tão recente redundou em um de seus últimos clássicos, Anatomia de uma Dor.
Lewis cuidou dos dois filhos de Joy até o final de sua vida, sendo que um deles, Douglas Gresham, é hoje um dos defensores de seu legado por meio dos livros e na produção da série As Crônicas de Nárnia aos cinemas.
A história da relação de Lewis com Joy foi adaptada por William Nicholson como filme para a emissora de TV BBC em 1983, com o título Shadowlands (Terra das Sombras). Em 1993 foi regravado para os cinemas com o mesmo título, dirigido por Richard Attenborough e interpretado por Anthony Hopkins (como C. S. Lewis).
Após a morte de sua amada esposa, Lewis estava com 64 anos e começou a ter problemas de saúde. Em junho de 1961 foi diagnosticado com inflamação nos rins e as crises fizeram com que faltasse várias vezes às aulas que ministrava. Dois anos depois, Lewis foi internado e, no dia seguinte, 16 de julho de 1963, sofreu uma parada cardíaca e ficou em estado de coma durante 21 horas. Ao retornar para casa não estava mais em condições de dar continuidade às atividades como professor e se demitiu da posição de catedrático em Cambridge. Em novembro daquele ano foi diagnosticado em fase terminal de insuficiência renal. No dia 22, uma semana antes do seu aniversário de 65 anos, Lewis faleceu em seu quarto e foi enterrado no cemitério da Holy Trinity Church – a poucos metros de sua casa. A notícia de seu falecimento foi ofuscada na mídia pelas notícias do assassinato do presidente Kennedy e da morte de Aldous Huxley, autor do livro Admirável Mundo Novo, que aconteceram no mesmo dia."

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