SILÊNCIO 2#

9.9.15

"Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." Habacuque 2:20

O motivo pelo qual o silêncio interior se faz indispensável é a natureza essencial e eterna do Verbo; Ele necessariamente requer disposições na alma correspondentes, em certo grau, à Sua natureza, como uma espécie de capacidade para a Sua própria recepção.
A audição é um sentido formado para receber sons e é mais passivo do que ativo; ela recebe, mas não comunica sensações; se quisermos ouvir devemos prestar o ouvido para este fim.
Cristo, o Verbo eterno, que deve ser comunicado a alma, a fim de conceder-lhe vida nova, requer a mais intensa atenção à Sua Voz, assim que nos falar interiormente.


As Sagradas Escrituras freqüentemente nos alertam a ouvir e a estar atentos à voz de Deus; Aponto algumas das numerosas exortações a este respeito: "Atende-me, povo meu, dá-me ouvidos, gente minha! Porque de mim sairá uma lei, farei brilhar o meu direito como uma luz entre os povos." (Is 51:4); novamente: "Ouvi-me, vós, da casa de Jacó, tudo o que resta da casa de Israel, vós, a quem carreguei desde o seio materno, a quem levei desde o berço" (Is 46:3); também nos Salmos: "Ouve,filha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então o rei cobiçará a tua formosura;pois ele é o teu Senhor" (Sl. 45:10-11).


Devemos esquecer de nós mesmos e de todo interesse próprio para escutar e estar atento a Deus; estas duas ações simples, ou melhor, disposições passivas, produzem o amor de extrema beleza, que Ele mesmo comunica.


O silêncio exterior é bastante requisitado para o cultivo e melhoramento do interior; de fato, é impossível nos voltarmos verdadeiramente ao interior, sem amar o silêncio e o retiro. Deus disse pela boca de seu profeta: "Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração." Oséias 2:14; sem dúvidas, o ser engajado a Deus internamente é incompatível com o ser exterior guiado por milhares de insignificâncias.


Quando, por conta da fraqueza, nos encontramos descentrados, devemos voltar imediatamente para o interior; esse processo deve ser repetido tão logo ocorra a distração. Não é de grande valia estar recolhido e devotado por uma ou meia hora, se a unção e o espírito da oração não continua conosco durante todo o dia. 



Texto: Madame Guyon




1 comentários

  1. Feliz com o retorno do blog, gosto daqui Evana.
    Texto edificante. Bjs
    http://gabriellyrosa.blogspot.com

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